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A desonestidade intelectual e interesseira da Folha: A quem serve o jornal?

A desonestidade intelectual e interesseira da Folha: A quem serve o jornal?

11 de novembro de 2024

Categorias: Opinião

A Folha de São Paulo, em sua matéria “Estabilidade de servidores no Brasil chega a 65% do total; na Suécia, a 1%”, demonstra uma desonestidade intelectual e um interesse escuso ao comparar a estabilidade no serviço público do Brasil e da Suécia sem considerar o contexto sociopolítico e econômico profundamente distinto entre os dois países.  A quem serve, de fato, esse tipo de jornalismo tendencioso?

A estabilidade dos servidores públicos no Brasil, tão criticada pela Folha, é justamente o que garante a  imparcialidade e a continuidade dos serviços essenciais à população. É a estabilidade que protege os servidores de pressões políticas e permite que exerçam suas funções com independência.  É ela que assegura que políticos corruptos não possam, por exemplo,  entrar com joias clandestinamente no país sem serem investigados. É a estabilidade que possibilita que donos de jornais e famílias que controlam as mídias sejam investigados e, se necessário, enfrentem o banco dos réus. Sem a estabilidade, estaríamos à mercê dos interesses privados e das vontades políticas momentâneas.

A comparação simplista com a Suécia ignora diferenças cruciais.  Na Suécia, o sistema de tributação sobre rendimentos e heranças é mais simplificado, o que facilita a arrecadação e a fiscalização.  A alíquota padrão sobre rendimentos de capital, incluindo dividendos e lucros de ações, é de 30%, enquanto no Brasil é zero.  Isso significa que, na Suécia, os ricos contribuem de forma mais justa para o bem comum, enquanto no Brasil, a carga tributária recai majoritariamente sobre a classe média e os mais pobres.

A diferença na sonegação de impostos também é gritante. No Brasil, a sonegação representa cerca de 39% da economia informal, equivalente a aproximadamente 13,4% do PIB. Na Suécia, a sonegação é estimada entre 4% e 6% do PIB, uma das menores taxas da Europa.  Isso se deve, em parte, à cultura de cumprimento voluntário dos suecos, mas também à rigorosa fiscalização e às severas penalidades para quem sonega, incluindo penas de prisão.  No Brasil, a impunidade é a regra.

A Folha ignora esses fatos e prefere pintar um quadro distorcido da realidade, atacando a estabilidade dos servidores públicos como se fosse a causa dos problemas do Brasil.  Na verdade, a estabilidade é um dos poucos mecanismos que ainda protegem o país dos desmandos daqueles que se preocupam apenas com seus próprios bolsos.  Na Suécia, jornais que deveriam informar não se tornam armas contra a verdadeira informação e não se deixam usar por grupos econômicos que não pensam na população do país e somente em seus bolsos.  A Folha deveria aprender com o exemplo sueco e exercer seu papel de informar com responsabilidade e imparcialidade, em vez de servir a interesses obscuros.

A Folha deveria aprender com o exemplo sueco e exercer seu papel de informar com responsabilidade e imparcialidade, em vez de servir a interesses obscuros. Comparar a estabilidade no serviço público do Brasil e da Suécia sem levar em conta as profundas diferenças socioeconômicas e culturais é tão desonesto intelectualmente quanto afirmar que a população sueca é muito mais bem informada que a brasileira simplesmente porque lá existem o Dagens Nyheter (DN), o Svenska Dagbladet (SvD) e o Aftonbladet, enquanto aqui temos a Folha de São Paulo. A qualidade da informação não se resume à existência de veículos de comunicação, mas sim à sua conduta ética, à sua independência e ao seu compromisso com a verdade.

por Pública Central do Servidor

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