Nesta quinta-feira, dia 2 de janeiro, oficialmente, o desembargador Ivan Ricardo Garísio Sartori deixa o comando do maior Judiciário do País.
Com a sensação do dever cumprido e comemorando uma gestão que foi marcada por colocar o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo exaustivamente na mídia, além do choque de gestão reconhecido por muitos, Ivan Sartori não descarta o desejo de voltar à presidência. Tempo, ele tem de sobra, pois completará 56 anos no próximo dia 14 de janeiro.
Enquanto isso, ele voltará a exercer suas funções na Câmara de Direito Penal e não tem ambições políticas, mas já se coloca como cabo eleitoral do filho que pretende se candidatar a uma vaga de deputado nas próximas eleições.
Leia os principais trechos da última entrevista com Sartori presidente, ao menos, nesta gestão.
Sylvio Micelli - No dia da eleição para o TJ-SP [em 4 de dezembro de 2013], o senhor comemorou o resultado dizendo que o Tribunal estava "coeso". O senhor acredita que isso seja, por parte de seus pares, uma avaliação positiva de sua gestão?
Ivan Sartori - Sim. Com certeza. O Tribunal está bastante coeso e harmônico. Isso já vinha se demonstrando na nossa gestão. Eu tirei muito proveito desta coalizão, que me ajudou muito na administração.
SM - Como o senhor viu a eleição do desembargador José Renato Nalini, ainda em primeiro turno?
IS - Não apenas a eleição dele, mas o pleito mostrou que o Tribunal de Justiça está unido. Tivemos apenas catorze ausências de desembargadores, algo inédito na história desta Corte. Os colegas estão participando ativamente da vida e da direção do Tribunal e fazendo com que o TJ se encaminhe para grandes avanços.
SM - Ao sair da presidência do TJ-SP, qual será o seu futuro?
IS - Vou cuidar dos meus processos na Câmara de Direito Penal.
SM - O senhor pensa nos tribunais superiores ou candidatar-se a algum cargo eletivo?
IS - Não. Volto para a minha Câmara. Em relação às eleições, hipoteticamente, é possível que meu filho [Guilherme Sartori] dispute uma vaga a deputado em 2014 com meu apoio.
SM - Uma das principais discussões na reta final do seu mandato foi a possibilidade ou não da reeleição do presidente do TJ-SP. O senhor é a favor da reeleição? Pretende voltar algum dia?
IS - Eu acho importante que jogamos uma luz neste tema. Sou sim favorável. Dois anos é um mandato muito curto. Acho que o ideal são dois anos, com a possibilidade de mais dois. Conseguimos aprovar [no Órgão Especial pela Resolução 606] a possibilidade de que todos os desembargadores se candidatassem nas eleições e não houve alteração disso no Supremo Tribunal Federal (STF). Sobre a possibilidade de reeleição, não descarto a ideia, mas é preciso mudar a Loman [Lei Orgânica da Magistratura].